Apressa-se nas cachoeiras,
desliza de mansinho nas baixadas.
Mas, no meio de tudo,
vai seguindo o seu caminho.
Sabe que há um ponto de chegada.
Sabe que o seu destino é para frente.
E vitorioso, abraçando outros rios,
vai chegando ao mar.
O mar é a sua realização e,
chegar ao ponto final,
é ter feito a caminhada.
A vida deve ser levada do jeito do rio.
Deixar que corra como deve correr,
sem apressar ou represar,
sem medo da calmaria
e sem evitar as cachoeiras.
Correr do jeito do rio,
na liberdade do leito da vida,
sabendo que há um ponto
de chegada.
A natureza não tem pressa.
Vai seguindo o seu caminho.
Assim é a árvore,
assim são os animais.
A fruta forçada a amadurecer
antes do tempo perde o gosto.
Desejo ser um rio,
livre do empurrão dos outros e
dos meus próprios.
Livre das poluições alheias
e das minhas.
Rio original, limpo e livre.
Rio que escolheu o seu próprio caminho.
Não interessa ter nascido a um
ou mil quilômetros do mar.
O importante é dizer.
"cheguei"! "
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