DESENCONTRO
Nunca te esqueço o riso cristalino
quando o fracasso vinha à nossa casa,
soube, depois que a voz que de ti se extravasa
era para acalmar o teu pobre menino.
Breve, levou-te a Morte...
Não sei se por desastre ou por destino...
Chorei-te pela perda que me arrasa...
Viajei com meu pai...
Vi famoso casino...
Esqueci-te...
Joguei...
Não me domino...
Fiz a grande fortuna que me atrasa.
Envelheci jogando, até que um dia,
recordei que na infância, eras minha alegria,
mas a exaustão me toma o coração cansado...
Vi a Morte a meu lado E perguntei:
- "Dize, Morte, onde achar minha querida;
Minha mãe, meu amor e minha vida?...
" Ela apenas me disse:
"Entre os mortais..."
Muitos anos passaram...
Sem receber de ti qualquer lembrança
Pediu reencarnação, em busca de esperança...
Vais vê-la no futuro ou nunca mais!
António Gomes
(poema recebido pelo médium
Francisco Cândido Xavier,
em reunião pública da noite de 07/03/1992
no Grupo Espírita da Prece, em Uberaba - Minas Gerais
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